Dizem que quando um problema não tem dono, ele não tem solução! Que se o problema é de todo mundo, ele não é de ninguém, logo, não haverá responsáveis pela solução.
Autor desconhecido
Apesar de ser difícil de ouvir isso, me parece uma dura verdade.
Há quantos anos nós convivemos com crianças vítimas de uma infinidade de abusos e não conseguimos resolver essa situação? Você já sabia que elas aparecem em primeiro lugar como público que mais sofre violências? E pior, sabia que em mais 90% das vezes essas violências acontecem dentro de casa? E olha que algumas violências são muito difíceis de mensurar, e, por isso, sequer são contabilizadas, como a negligência.
Aliás, sobre a negligência, tem gente que confunde com abandono. Sei que não é seu caso, querido leitor, mas não custa a gente usar essa oportunidade para diferenciar, não é mesmo?! Abandono é o ato de deixar para trás, ocorre quando quem deveria cuidar vai embora e deixa a criança aos cuidados de outros familiares ou de terceiros, você encontra crianças abandonadas por seus familiares em orfanatos, em casas de avós, de tios, nas ruas, entre outros. Negligência é o hábito de ignorar, de agir com indiferença, de não prestar atenção, de não ouvir, não abraçar, não cuidar, não alimentar, não brincar, não higienizar, e outros “nãos”. Tanto o abandono quanto a negligência são violências muito cruéis e que causam muitos danos no cérebro e nas emoções das crianças. Aliás, causam sérios danos em qualquer um, imagine numa criança! Certamente, querido leitor, você já deve ter experimentado essa dor, consegue imaginar conviver com ela diariamente?
Dito isso, voltemos à nossa busca pelo culpado, quem seria o dono do problema da violência contra as crianças? Quem está falhando? Quem deveria resolver e está se omitindo? Ou estaria fazendo de propósito? Se esse é o caso, quem deveria intervir?
Fato é que a nossa Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente respondem a esses questionamentos declarando que: “é dever do Estado, da Família e da Sociedade garantir às crianças os seus direitos e protegê-las”.
Assim, te pergunto: se houvesse um tribunal onde as crianças fossem os juízes e promotores, você seria absolvido ou culpado pelo crime de violências contra as crianças?
Bom, é horrível ter de admitir isso, mas confessemos: somos todos culpados! E, o primeiro passo para a solução de um problema é nos sentirmos responsáveis pelo problema, o segundo passo é reconhecer nossos erros é o terceiro passo é agirmos em busca da solução.
Certa vez, um casal apaixonado perguntou à Madre Tereza de Calcutá: – madre, como podemos tornar o mundo melhor? Ela respondeu a eles: – vão pra casa e amem sua família!
E que assim seja, que amemos nossas crianças, ainda que não tenhamos sido amados como deveríamos, porque nós somos quebradores de ciclos ruins e vamos fazer a diferença para esta geração. E aí? Vamos sair dessa condenação?
Se a violência estiver acontecendo na hora, ligue 190 e chame a polícia.
Se você suspeita da violência, ligue no conselho tutelar da sua região, ou disque 100.
Amemos nossas crianças! Elas são maravilhosas.
“deixai vir a mim todas as crianças, pois a elas pertence o reino dos céus”.